sábado, 25 de março de 2017

Por quê/ Por que/ Porque ou Porquê?

Você já se perguntou o motivo, o melhor, o porquê de existirem variadas formas de “porquês” em nossa língua escrita? Esse, sem dúvidas, é um assunto que ainda causa dúvida em muita gente. Mas vamos lá! Tentaremos explicar o assunto de forma simples e clara.
Sabemos que existem basicamente quatro possibilidades em que o “porquê” pode ser grafado de diferentes modos e com propósitos específicos. Vamos ver alguns exemplos:

a) Por quê

O por quê separado e com acento significa por qual motivo/por qual razão e só é utilizado no final das frases, independente do sinal de pontuação que venha depois – vírgula, ponto de interrogação, exclamação, etc. Daí, para facilitar, fizemos a comparação entre uma casa e o chapeuzinho que vai acima da letra e. Pense assim, nosso lar é para onde vamos no final do dia, depois de todas as nossas tarefas. O mesmo ocorre com esse emprego de por quê, que fica no fim de tudo. Vejam exemplos abaixo:

I - Douglas não vai ao jogo hoje, por quê? / Douglas não vai ao jogo hoje por qual motivo?
II - Meu pai não me deixa chegar mais tarde e não me explica por quê. / Meu pai não me deixa chegar mais tarde e não me explica por qual razão
III - Jerisclaldo não come lasanha. Por quê? / Jerisclaldo não come lasanha. Por qual razão
IV - Não posso esperar aqui e não sei o por quê. / Não posso esperar aqui e não sei o motivo

b) Por que

O por que separado e sem acento vai no começo ou no meio das frases e significa pelo qual/por qual.

Exemplos:

I – Por que você me deixa tão solto? Por que você não cola em mim? / Por qual motivo você me deixa tão solto? Por qual motivo você não cola e mim?
II – Não sei por que ela foi mal na prova de ontem. / Não sei por qual razão ela foi mal na prova de ontem. 

III - Por que você não vai à festa? / Por qual motivo/razão você não vai à festa?


c) Porquê

O porquê junto e com acento faz papel de substantivo e significa o motivo, a razão. Para saber quando usar, lembre-se de que artigos, pronomes, adjetivos ou numerais sempre estão perto dele.

Exemplos:

I – Não sei o porquê de tanta confusão na sala. / Não sei a razão de tanta confusão na sala.

II – Se você me explicar o porquê da briga entre os dois, te conto o que aconteceu na festa de ontem. / Se você me explicar o motivo da briga entre os dois, te conto o que aconteceu na festa de ontem. 

III - Não sei porquê eles não resolvem logo essa situação. / Não sei a razão de eles não resolvem logo essa situação.

d) Porque

O porque junto e sem acento tem a função de dizer a causa ou explicar algo, assim, equivale a “pois”, “para que”, “uma vez que”, “já que”, entre outros.

Exemplos:

I – Terminamos o namoro porque ela não gostava mais de mim. / Terminamos o namoro uma vez que ela não gostava mais de mim.

II – Estudamos muito ontem, porque estamos quase de DP em inglês. / Estudamos muito ontem, pois estamos quase de DP em inglês.

III - A situação se agravou, porque o custo de vida aumento. / A situação se agravou, pois o custo de vida aumentou.


Bem, era isso para este post. Caso você não tenha gravado todas as regras, não fique nervoso! O truque é usar os quatro tipos de porquês muitas e muitas vezes até as regras ficarem bem claras. 

quinta-feira, 16 de março de 2017

Como estamos aprendendo inglês sozinhas (ou quase isso!)

O título da postagem pode parecer meio confuso, mas a gente já explica. Começamos a aprender inglês na faculdade, não por termos tido aulas iguais aos dos cursos de idiomas, já que esse não é o foco da graduação em Letras, mas por termos nos esforçado muito depois de termos pegado DP (dependência, ou seja, repetimos uma disciplina) no primeiro semestre. Assim sendo, tivemos ajuda de nossos professores que nos corrigiram, indicaram livros e métodos de estudos, mas também aprendemos muitas coisas sozinhas, embora seja importante frisar que não somos fluentes (ainda) no idioma.

Acreditamos que nossas experiências possam ajudar àqueles que desejam aprender a língua do zero ou melhorar o conteúdo que já veem nas aulas. Vamos lá!

I - O motivo

Para aprender qualquer idioma, é preciso ter um motivo. Por que você quer aprender? No nosso caso, como dissemos acima, foi por conta da faculdade. Isso no começo, porque depois arrumamos razões particulares para continuarmos estudando.

A motivação é a ferramenta mais importante, pois sem ela as pessoas desistem de enfrentar qualquer dificuldade linguística que surja. Além disso, se você sabe o porque de estar aprendendo, saberá por onde seguir enquanto estuda.

Essa é a pergunta principal, se você não consegue responder a isso, pare, pense e depois continue a estudar inglês (ou o idioma que você escolheu).

II – As quatro competências

a) Listening (ouvir)

Quando uma criança começa aprender sua língua materna, ela fica exposta ao idioma por um bom tempo antes de sair por aí falando. Com você ocorrerá o mesmo processo. Exponha-se ao inglês. Mas como? Vejamos algumas opções:

- Músicas: Parece clichê, mas escutar músicas e ler as letras ajuda (e muito) quem está aprendendo outro idioma. Você aprenderá não só palavras novas, mas também a pronúncia delas. Para as ler as canções (somente em inglês) indico o site AZLyrics, pois não encontramos erros em grafia de palavras ou nas letras, coisa que ocorre com outros sites, principalmente brasileiros.

- Podcasts: Podcasts, para quem não sabe, são episódios de programas em que as pessoas só escutam as vozes daqueles que estão gravando. É uma excelente ferramenta para treinar o listening, uma vez que a maior parte deles não tem a transcrição, ou seja, você precisará se esforçar muito para conseguir compreender o que os nativos estão falando, mas vale muito a pena, pois isso melhora muito rapidamente a tua capacidade de compreensão auditiva da língua. Alguns podcasts indicados são: Luke’s English Podcast (inglês britânico – nível intermediário); Mugglecast (inglês americano - para fãs de Harry Potter – nível intermediário/avançado); Culips (inglês americano – nível básico/intermediário); Rebel Force Radio (inglês americano – para fãs de Star Wars – nível intermediário/avançado); Aprendeingles con la mansión del ingles – Learn English free (inglês britânico/espanhol – nível intermediário/avançado); Espresso English (inglês americano – nível básico/intermediário/avançado).

- Séries: Os seriados são ótimos para quem deseja aprender inglês. Eles ajudam não só com o desenvolvimento da competência linguística, mas também com as questões culturais. Vejamos alguns seriados que podem ajudar com o inglês: “FRIENDS”, “How I met your mother”, “Doctor Who” e “Desperate Housewives” para o nível básico, pois apresentam vocabulário do cotidiano; “How to get away with murder”, “House” e “Grey’s Anatomy” para o nível intermediário, pois exigem um pouco mais de conhecimento de mundo (tem vocabulário de medicina e de direito, mas não desistam de ver por isso!); “Downton Abbey”, “The Crown” e “Sherlock” para o nível avançado, pois apresentam um vocabulário antigo, no caso do primeiro e do segundo seriados, e mais complexo e rápido no caso do terceiro.

Vocês ainda podem utilizar desenhos e filmes para treinarem o inglês, mas como a lista ficaria gigante, recomendamos que se escolha um tema com o qual tenha afinidade para que a experiência fique melhor. Indicamos as séries por falarem de temas diversificados em cada episódio, mesmo que o tema geral seja sempre o mesmo. Ah, sobre as legendas e como utilizá-las falaremos mais abaixo.

b) Reading (ler)

Ler, além de ampliar vocabulário, ajuda no aprendizado da grafia das palavras e também na compreensão das estruturas gramaticais. Esses são os livros que lemos e recomendamos: “The Boy in the Striped Pajamas” (“O menino do pijama listrado”) e “The Little Prince” (“O pequeno príncipe”) para o nível básico; “Big Nate” para o nível básico/intermediário; “Perspepolis” (“Persépolis”) e “Eleanor & Park” para o nível intermediário; “Harry Potter” e “The Chronicles of Narnia” (“As crônicas de Nárnia”) e, para os fãs de Star Wars, “The Princess Diarist” (“Memórias da princesa”), todos para o nível intermediário/avançado.

Outras duas dicas são: ler os graded readers. O que são esses livros? São obras com a indicação de nível, uma das editoras mais famosas nessa área é a Penguin Books. Você lê clássicos que estão simplificados de acordo com a sua capacidade (básica, intermediária ou avançada). E também praticar shadow reading, isso significa ler e ouvir a história ao mesmo tempo, o que pode te ajudar ainda mais. Na internet há algumas obras disponíveis, sempre procure assim: o nome do livro que você deseja em inglês + audiobook.

c) Writing (escrever)

Os dois últimos tópicos exigem muito mais atenção do que os dois primeiros. Por quê? Porque ouvir e ler são ações passivas, você não precisa de ninguém para te corrigir, é só prestar a atenção e treinar muito. Em contrapartida, escrever e falar demandam um esforço maior do aluno, no sentido de serem habilidades que precisam ser acompanhadas. Mas e se você não tem um professor particular? Bem, a opção mais fácil e barata, para o caso da escrita, vai ser ler muito, pois assim você aprenderá inconscientemente as estruturas gramaticais e a grafia das palavras.

Como podemos treinar o writing? Se tiver alguém que possa corrigir, ótimo, porque você saberá em quais pontos está acertando ou errando, então sugerimos que mantenha um diário (journal) ou escreva em folhas soltas textos sobre temas que você gosta. Caso não tenha um tutor, a ideia é que você tente começar com frases curtas, depois vá passando para parágrafos maiores até chegar a textos completos, mas tem que ser etapa por etapa mesmo, porque assim, conforme você for evoluindo no aprendizado da língua, conseguirá identificar o que pode ou não estar correto.

d) Speaking (falar)

E chegamos na habilidade que dá mais problemas. Sim, o speaking dá trabalho, mas não é um bicho de sete cabeças. A maior parte dos jovens e adultos tem vergonha de falar em inglês por um simples motivo: o erro. Errar enquanto se aprende é normal e saudável, você só precisa se esforçar para não repetir tanto os mesmos erros o tempo todo, mas isso leva tempo e exige uma dedicação grande.  

O speaking na escola de idiomas: aproveite TODAS as aulas em que a habilidade da fala seja exigida de você. Erre, pergunte ao professor, perca a vergonha de falar com os outros e tenha calma enquanto conversa, porque você não precisa abrir a boca e demonstrar fluência logo no início do curso. Isso vem com o tempo e com muito estudo. Se puder fazer só aulas de conversação, faça, pois elas te ajudarão a se acostumar mais rapidamente com o inglês falado.

O speaking sem professor: fale sozinho, pois isso te dará uma noção de como você pronuncia as palavras e o ritmo de sua fala, você também pode se gravar falando e ouvir depois para ver como anda seu speaking; abuse mais ainda do listening, pois isso te dará uma noção muito maior de como dizer e utilizar as palavras, os ditados, os phrasal verbs e tudo o que estiver relacionado à fala; e aproveite quando tiver alguém com quem praticar, pode ser um amigo, um familiar ou um estrangeiro pedindo informação, não tenha vergonha e fale.

III - Outros pontos

- A Tradução

A tradução é muito condenada por diversas pessoas. Em nosso caso, aprendemos inglês em inglês, porque nossos professores só davam aulas no idioma e nossos livros de estudos eram estrangeiros. Assim, nossa experiência com a tradução não é muito grande, mas podemos dizer que em determinados casos, principalmente no início, ela pode ser utilizada. Porém, não recomendamos que você traduza tudo o tempo todo, só faça isso quando realmente não tiver outra saída. Em vez de traduzir, você pode tentar procurar por imagens de palavras (no caso de itens) ou tentar associar o que está sendo dito pelo contexto.

- As Legendas

Legendas já são um ótimo começo para quem está aprendendo inglês e deseja parar de ver filmes, seriados e desenhos dublados. Primeiro, você utiliza as legendas em português, quando já tiver uma boa noção da história, assista novamente com a legenda em inglês, prestando a atenção nas palavras e em como elas são pronunciadas pelos falantes da língua inglesa. Por fim, quando já estiver bem acostumado com o filme, seriado e/ou desenho, tire toda e qualquer legenda e veja só em inglês. Você vai se surpreender com o tanto que consegue compreender.

- Common European Framework of Reference for Languages (CEFR)

Esse quadro de nome gigantesco significa Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas e é utilizado para verificar o nível em que cada estudante de um idioma estrangeiro está. Caso você queira fazer um teste para avaliar em qual fase você está e verificar o quais as competências alguém precisa ter em cada um deles, clique aqui. Deixamos também a tabela abaixo em inglês:



Tabela retirada do site da Cambridge 

- Sotaque

É o menos importante de tudo!!! Acreditem: sotaque não importa, o que vale mesmo é a pronúncia, ou seja, se você sabe falar as palavras de forma correta. Agora, se teu sonho é ter um sotaque como o dos canadenses, americanos, britânicos, australianos ou de qualquer outro povo que fala inglês, então vá em frente! Mas saiba que ser proficiente na língua não envolve ter o sotaque perfeito, até porque você não é nativo, então não precisa se preocupar com isso. Lembre-se de que a comunicação que é importante.

- Estudando gramática

Começamos a estudar gramática na universidade. Íamos às aulas, ouvíamos nossos professores, anotávamos dicas e depois fazíamos uma bateria de exercícios. Nossa gramática era a “Understanding and Using English Grammar – 4th edition”, das autoras Betty Azar e Stacy A. Hagen. O livro era todo em inglês, o que nos ajudava. Sim, ajudava, pois nada melhor do que estudar a língua-alvo nela mesma. Outro livro que acabamos adquirindo já no nível intermediário foi o “English Grammar in Use”, de Raymond Murphy.

Estudar gramática não é a coisa mais prazerosa do mundo para a maior parte das pessoas, então o que recomendamos é que você leia o conteúdo (por exemplo o que é o Simple Present) e depois faça uma lista de exercícios que dure uns 20 minutos no máximo. Se fizer isso todos os dias, aos poucos as coisas vão clarear e você não vai sentir que só estuda regras gramaticais. Conosco foi assim? Na verdade, não. Estudávamos gramática de 5 a 6 horas de segunda a sexta, mas isso porque precisávamos aprender todos os tempos verbais em seis meses. Contigo é diferente, mas não relaxe!, porque aprender as regras de como a língua se estrutura é importante. Dois sites que recomendamos para quem deseja fazer exercícios e jogar online são: Englisch-Hilfen e British Council

Bem, nossas dicas terminam por aqui. Esperamos que elas possam ajudar muitas pessoas. Tentamos dar exemplos específicos de como aprender inglês sozinhos (ou com a ajuda de professores para quem pode pagar por um curso).

Bons estudos!


sábado, 11 de março de 2017

Crase

A crase costuma ser aquela matéria demoníaca que muita gente não suporta em Língua Portuguesa. Afinal de contas, para que utilizar aquele bendito símbolo, já que na hora de pronunciarmos as palavras ele nem sequer aparece. Pois é, tá aí uma das milhões de regras que os idiomas têm e que ninguém sabe explicar muito bem de onde surgiu.

Mas o fato é que escrever bem é necessário não só para a escola, mas para o mercado de trabalho também. Assim, vamos abordar hoje os usos da crase, mas não sem antes confessar que aprendemos a empregá-la de forma correta por meio de muita leitura. Isso mesmo, não foi uma decoreba boba para a prova que nos ensinou a “crasear”, mas sim os diversos livros que lemos ao longo dos anos. Então fica aqui uma primeira (e ótima) dica de como aprender a acentuar de forma correta: leia muito.

Antes de começar, porém, esclarecemos duas coisas importantes:
a) o símbolo utilizado para representar a crase se chama acento grave (`). É importante deixar isso claro, pois, em algumas gramáticas, é esse o nome que vocês vão encontrar no sumário;
b) a gente precisa entender o que é artigo e preposição antes de continuar. Vamos lá!

Artigo é a palavra (ou são as palavras) que vem antes do substantivo para indicar:

- um ser sobre o qual a gente já ouviu falar por ter sido mencionado antes ou por conta de nossa experiência de mundo.

I - Exemplo de alguém que já foi mencionado antes

Vamos imaginar uma roda de fofoca na escola.

Ana: - Gente, vocês ficaram sabendo?! Um tal de João foi pego riscando o carro do professor de Língua Portuguesa.

Bruno: - Eu ouvi! O menino foi suspenso por uma semana! 

Na segunda frase, o artigo “o” indica “João”, que já foi mencionado na primeira sentença.
II - Exemplo de algo que já é de nosso conhecimento

O Sol gira em torno da Terra. 

O artigo “o” veio antes do substantivo “Sol”, e a frase acima faz uma afirmação conhecida pela maior parte da população.

- um representante de uma espécie que ninguém mencionou antes.

III – Exemplo de um representante de uma espécie que ninguém mencionou antes

Ficamos numa casa de um amigo dele(a) durante a festa.

Uma” refere-se à palavra “casa”, que não havia sido mencionada antes e que representa um lugar comum.

Preposição é uma palavra invariável (não muda) que serve para explicar ou completar a relação entre duas outras palavras. Difícil, né? Vamos tentar deixar mais fácil, vejam as palavras abaixo:

Roma – vou - a

Agora vamos formar uma frase bem simples:

“Vou a Roma”

A preposição a está ajudando o verbo vou a ter seu sentido completado pelo substantivo Roma. Por exemplo, se alguém chegasse para você e dissesse “Vou Roma”, você provavelmente entenderia a frase, mas acharia estranho, porque está faltando algo aí no meio para melhorar a oração. Daí, a preposição chega e ajuda a completar a relação entre as duas palavras.
Aqui vai uma lista de preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante por (per), sem, sob, sobre, trás.

AVISO: Não confundam preposição com conjunção. A conjunção é aquele(a) amigo(a) que ajuda a gente a pegar o crush, sabe?! A conjunção arma os esquemas entre duas palavras ou duas orações que estão se paquerando, mas que precisam de ajuda. Porém, esse não é o papel da preposição, ok? A preposição é como um professor, que ajuda a explicar e a completar os sentidos das coisas. 

Agora sim, a crase!

Definição segundo a Nova gramática do português contemporâneo: “O acento grave é empregado para indicar a crase da preposição a com a forma feminina do artigo (a, as) e com os pronomes demonstrativos a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo”.

Em outras palavras, a crase é a junção do artigo a com a preposição a. Vejamos alguns exemplos:

I - Vou à (a+a) feira com a minha mãe.

A crase aqui ocorre porque primeiro temos a preposição a, que ajudaria a completar o sentido do verbo “vou” com o substantivo “feira”; depois, vemos o artigo a, que vem antes do substantivo “feira”, que representa um lugar comum, conhecido por todos. Resumindo: pense no verbo ir. Quem vai, vai a algum lugar, certo? Pronto! Temos dois “A” aí. CRASE!

Vamos ver outros exemplos
- Mário saiu às pressas para assistir o jogo do seu time.
- Quando chegar em Santana, vire à direita para entrar na estação de metrô.
Existem alguns casos que o uso da crase é OBRIGATÓRIO. São eles:
- Diante de nomes femininos:
Fui à padaria pela manhã. (Quem vai, vai a algum lugar)
Assisti à peça, mas não gostei. (Quem assiste, assiste a algo)
Obedeça às leis de trânsito. (Quem obedece, obedece a alguém ou algo)
Cheguei à escola um pouco atrasado. (Quem chega, chega em/a algum lugar)

- Diante de:

aquele(s)
a + aquela(s)
aquilo

 
 









Entreguei o cartão àquele homem. (Quem entrega, entrega algo a alguém)
Dirija-se àquela mulher. (Quem se dirige, se dirige a alguém ou a algum local)
Refiro-me àquilo que disse ontem! (Quem se refere, se refere a algo ou a alguém)

- Diante de locuções adverbiais femininas:
Às cegas
À noite / À tarde
Às pressas
À direita / À esquerda
Às vezes
À toa
À vontade

- Diante da palavra MODA subentendida:

Camarão à baiana. (Camarão à moda baiana).
Bife à parmegiana. (Bife à moda parmegiana)
Berinjela à milanesa.(Berinjela à moda amilanesa)

- Diante da indicação de horas:
Sairei às 2h para não chegar atrasado.
Casos em que o uso da crase é PROIBIDO. São eles:
- Diante de nomes masculinos:
Amor a Deus.
Entregue o documento a/ao Paulo.

- Diante de verbos:
Depois de cair, continuou a caminhar.

Diante de pronomes pessoais (eu, tu, ele, nós, vós, eles).
Dirigiu-se a ela para falar da viagem.

- Diante de pronomes de tratamento:
Falei para você tudo que sabia.

- Entre palavras repetidas:
Cara a cara.
Face a face.
Dia a dia.

Casos em que o uso de crase é OPTATIVO:
- Com pronomes possessivos:
Irei à minha casa de campo no mês que vem.
Irei a minha casa de campo no mês que vem.

- Com nomes próprios de mulher:
Dê o livro à Thaís, por favor.
Dê o livro a Thaís, por favor.

Finalizando, deixamos uma pequena rima aqui para quem precisar lembrar de como utilizar a crase quando for falar de lugares (cidade, estado ou país):

Se for “a” volto “da”,
Crase haverá,
Se for “a” volto “de”,
Crase pra quê?

O que isso quer dizer? Bem, vamos olhar as frases abaixo e ver como a regra funciona nesses casos:

I - Pedro foi à Bahia. (Pedro foi à Bahia e voltou da Bahia)
II - Ana foi a São Paulo. (Ana foi a São Paulo e voltou de São Paulo)

Agora, se houver especificação, a crase ocorre. Como assim? Por exemplo, se eu digo “Eu vou a Brasília”, não há crase, porque vou “a” Brasília e volto “de” Brasília. Porém, se eu acrescentar uma informação que caracterize o local, a frase exige crase. Veja: “Eu vou à Brasília de meus avós”. Pronto, a crase passa a ser utilizada nesse último exemplo, pois eu caracterizei a cidade de Brasília.

Ainda tem dúvidas sobre o uso de crase? Então outra dica é trocar a palavra feminina por uma masculina. Se ao trocar, a preposição AO for utilizada, isso indica que ocorre a crase com a palavra feminina. Veja:

Obedeça às mães.
(Obedeça AOS pais.) – apareceu AOS, crase no A.
Entreguei a carta.
(Entreguei O cartão.) – não apareceu AO, não ocorre
crase.

REFERÊNIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 3ª edição. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.




segunda-feira, 6 de março de 2017

Figuras de Linguagem

Olá, pessoal!

Bem, como o tema de figuras de linguagem é bem extenso, resolvemos montar slides para que vocês possam desfrutar mais do conteúdo. As figuras que abordamos foram: personificação, metáfora e comparação, hipérbole, pleonasmo, ironia, metonímia, catacrese, eufemismo, aliteração, antítese, elipse e zeugma, onomatopeia, paranomásia e sinestesia. 

Para acessar os slides, clique aqui. Esperamos que possam desfrutar bastante das explicações e aprender a identificar esses traços tão recorrentes na nossa língua.