Se identificou com o vídeo acima? Você já sofreu por
amor? Quero dizer, você já gostou de alguém e por algum motivo não foi
correspondido? O fato de não ser correspondido como você gostaria de ser te
deixou mal? Se isso já aconteceu com você em algum momento da sua vida, saiba
de uma coisa: você não foi o primeiro e muito o menos o último a passar por
isso. Duvida? Então fique por dentro do post de hoje, e você verá que esse
assunto já deixou muita gente na bad,
principalmente quando falamos do pessoal da segunda geração do Romantismo, ou a
geração ultrarromântica.
A segunda geração do Romantismo ou geração ultrarromântica,
apresenta, de modo geral, um exacerbado egocentrismo. Mas o que é esse egocentrismo? Como o próprio nome já
diz, isso se dá quando se coloca o “ego” em primeiro lugar. Se você reparar nos
textos e poemas desse período, irá facilmente perceber que existia, nesses
textos, de forma clara, a exposição dos sentimentos do eu-lírico, vamos dizer
assim.
Vamos ver um trecho
do poema intitulado “Lembranca de Morrer”, de Álvares de Azevedo:
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Logo na primeira estrofe (Se uma
lágrima as pálpebras me inunda/Se
um suspiro nos seios treme ainda/É pela virgem que sonhei... que
nunca/Aos lábios me encostou a face linda!(...) percebemos o lamento do
eu-lírico pela amada que, pelo visto, ele nunca a obteu e, por isso, o simples
fato de estar vivo, torna-se um martírio (DRAMA TOTAL), como vemos já no final
do poema (Ó minha virgem dos errantes
sonhos/Filha do céu, eu vou amar contigo!/Descansem o meu leito solitário/Na floresta dos homens esquecida/À
sombra de uma cruz, e escrevam nela:/ Foi poeta - sonhou - e amou na vida (...).
E a gente achando que o cúmulo da sofrência era o Pablo... Enfim, outra
característica BEM DRAMÁTICA desse movimento era o famoso “Mal do Século”,
que se tratava basicamente de um pessimismo extremo, uma ausência da alegria de
viver, uma melancolia profunda, normalmente causadas por uma desilusão amorosa.
Ou seja, os caras estavam na bad,
entende? Não ter a atenção desejada da amada, por exemplo, fazia com que se
sentissem extremamente depressivos. Você acha que isso é pouco? Espere saber
que esses (e alguns outros aspectos que resultavam "em males físicos,
mentais ou imaginários) poderiam levar o indivíduo à morte precoce ou ao
suicídio.
Contudo, o fato de “morrer de amor”, (literalmente,
hehe), não era somente uma particularidade desse período literário. Hoje, nós
podemos encontrar essa mesma ideia em músicas do nosso cotidiano. Acredito que
um exemplo comum e muito conhecido seja a música “Exagerado”, do Cazuza.
O mesmo exemplo de alguém que está disposto a fazer
tudo pela mulher amada pode ser encontrado na música “Everest”, de Fernando e Sorocaba.
Vejamos a letra:
Eu vou contar meu segredo
Falar pro
mundo inteiro
Tatuar o
seu nome
Roubar o
seu beijo
Porque eu
te amo sem medo
Quer saber
Faço tudo
pra te merecer
Quer saber
O
impossível é pouco pra você
Vou escalar
o Everest com uma mão só
Atravessar
um oceano em um barco de papel
Se for
preciso eu posso até roubar um avião
Pra te
levar pro céu
Eu corro a
120 com um carro na contramão
Eu me lanço
ao vento do décimo quinto andar
Aprendo a
voar
Para te
provar
Que a fé
move montanhas
E eu movo o
mundo
Pra te amar
Deu pra perceber que, na letra da canção acima, a
pessoa está disposta a fazer TUDO
(inclusive o impossível) pela pessoa amada, né?
Bom, então vocês podem ver que, um sentimento aparentemente
“antigo”, presente num movimento literário, não ficou esquecido. De jeito
nenhum! Não ser correspondido não é coisa “do passado”, vamos assim dizer.
Sofrer por amor acontecia no Romantismo e, de certo modo, continua acontecendo
até hoje. E sabe por que o tema continua atual? Porque a literatura “serve”
exatamente para isso. Ela retrata sentimentos que permeiam e fazem parte da
vida humana. Da nossa vida. É por isso que conseguimos encontrar o mesmo tema
em música do nosso cotidiano. Esses foram somente alguns dos exemplos, mas
existem milhões de outras músicas, textos, filmes e novelas que retratam o
drama comum: o amor.
FONTES
EDUCAÇÃO.
Romantismo – Segunda Geração. Disponível em: http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/romantismo-segunda-geracao.html.
INFOESCOLA.
Sentimentalismo (Mal do Século). Disponível em: http://www.infoescola.com/literatura/sentimentalismo-mal-do-seculo/.
LETRAS.
Everest. Disponível em: https://www.letras.mus.br/luan-santana/1980904/.
SONETÁRIO BRASILEIRO. Lembrança de Morrer. Disponível em: http://www.elsonfroes.com.br/sonetario/azevedo.htm.
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