sábado, 17 de junho de 2017

Substantivo - Construindo o conceito

E aí, galerinha! A conversa de hoje será sobre substantivo. Neste post, não iremos nos aprofundar nos tipos de substantivos (isso é papo pra próxima aula), por isso, nesse primeiro momento, vamos apenas falar dessa classe de modo geral para que vocês possam compreender o que é um substantivo.

Mas, para falarmos sobre essa classe de palavra, precisamos, antes, entender o que é um substantivo, certo? Antes de partirmos para a definição propriamente dita, vejamos esse pequeno exemplo:

Circuito Fechado (Ricardo Ramos)

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara.

Mesmo não tendo estruturas complexas, em forma de sentenças ou frases, por exemplo, conseguimos entender a ideia do autor ao construir o texto acima, não conseguimos? Podemos perceber também que o texto utilizado como exemplo foi construído somente com substantivos. Somente com o jogo das escolhas de palavras (que nesse caso são todas substantivos), podemos imaginar, por meio da descrição, a situação que o autor deseja nos contar.

Para compreendermos melhor, pense na seguinte situação: feche os seus olhos e imagine a sua sala de aula (sabemos que nem sempre essa é a imagem mais agradável de se imaginar, rs), mas só por enquanto, imagine a sua sala de aula. Conseguiu?
  

Ao imaginarmos a nossa sala de aula, por exemplo, podemos pensar nos seguintes aspectos: mesa, cadeira, lousa, porta, janela, computador, aluno, professor, lápis, caneta, caderno, mochila, celular são nomes de “coisas”.

Dizemos então que as palavras que dão nome a seres, coisas, ações, sentimentos, desejos e ideias são chamadas de SUBSTANTIVOS.

Por isso dizemos que substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:

-lugares: Brasil, São Paulo, Alemanha, Porto Alegre...
-sentimentos: raiva, amor, paixão, ódio...
-estados: alegria, tristeza...
-qualidades: honestidade, sinceridade...

Podemos citar também como exemplo o refrão da música “Não é Proibido”, de Marisa monte: 

https://www.youtube.com/watch?v=edZOU-SEwnQ

Jujuba, bananada, pipoca,
Cocada, queijadinha, sorvete,
Chiclete, sundae de chocolate,
Uh!
Paçoca, mariola, quindim,
Frumelo, doce de abóbora com coco,
Bala juquinha, algodão doce e manjar

Bom, pessoal, hoje o nosso objetivo foi dar somente uma pincelada, vamos assim dizer, no conceito de substantivo. Nas próximas aulas continuaremos falando mais sobre esse assunto (de forma detalhada), a fim de que o conteúdo fique mais claro e mais compreensível para vocês.

Por fim, deixamos para reflexão o texto Marcelo, Marmelo, Martelo, da escritora Ruth Rocha.

sábado, 10 de junho de 2017

A publicidade e o esquema aristotélico*

Olá, pessoal! Hoje iremos falar de um assunto que encontramos em todos os lugares: a propaganda. Já pararam para perceber como somos expostos a ela o tempo todo? Pois bem, veremos como que os publicitários criam anúncios para chamar as nossas atenção.

"Para vender, a publicidade precisa convencer, ou seja, envolver, sensibilizar e até seduzir o consumidor a fim de levá-lo à compra. Por ser uma mensagem dirigida para grupos específicos - público-alvo, para os profissionais de comunicação -, dos quais estudamos o comportamento, as expectativas, as necessidades e tendências, é possível construir mensagens adequadas à visão de mundo do público-alvo e, por consequência, bastante persuasivas". (HOFF; GABRIELLI, 2004, p. 02)

Persuadir X Convencer

Mas qual a diferença entre persuadir alguém a fazer algo e convencer a mesma pessoa de alguma coisa?

"A publicidade raramente convence alguém de algo. Ela persuade alguém a algo. Existe uma grande diferença entre persuadir e convencer. Para convencer, é necessário mudar uma opinião, vencer os conceitos existentes na mente do consumidor, o que, em geral, é difícil e, não raro, muito demorado; já persuadir tem mais a ver com concordar com algo que o consumidor já pensa e, por meio dessa concordância, trazê-lo para o produto que se quer anunciar".  (FIGUEIREDO, 2011, p. 53)

Mas como se constrói o processo persuasivo?

"Processos publicitários eficientes frequentemente levam mais em conta as crenças do consumidor do que as características do produto". (FIGUEIREDO, 2011, p. 54) Em outras palavras, os publicitários focam no que a pessoa que irá comprar o produto quer.

Na Grécia Antiga, há mais de 2.300 anos, no capítulo XIII do livro II da Arte retórica, Aristóteles afirmou que para ser coerente o discurso deve ter quatro etapas básicas. Originalmente, Aristóteles apontava essas fases nas apresentações orais, porém é possível verificar claramente que elas também estão presentes no texto publicitário.

EXÓRDIO
O que é? Título e imagem
Função: Chamar a atenção do observador.

NARRAÇÃO 
O que é? Imagem e início do texto
Função: Envolver o observador na situação proposta.

PROVAS
O que é? Miolo do texto
Função: Justificar racionalmente as vantagens do produto anunciado.

PERORAÇÃO
O que é?
Fim do texto, assinatura de campanha, logomarca, slogan
Função: Concluir o raciocínio, incentivar a ação, lembrar a marca anunciante.

Observemos em uma propraganda do Banco Itaú esses quatro traços da propraganda:

Engarrafados, o Itaú foi feito para você que vive numa cidade como esta, onde as pessoas conseguem ler um outdoor com 84 palavras, enquanto estão paradas no trânsito. Quem perde um tempão no trânsito, precisa ganhar tempo no banco. Por isso, o Itaú tem mais de 17 mil caixas eletrônicos, Itaú Bankfone, Itaú Bankline e mais de 2 mil agências em todo o Brasil. Com o Itaú, seu carro pode ficar paradão, mas sua vida anda que é uma beleza.

a) O exórdio aparece no termo “Engarrafados”.
O tipo de escrita maior e em amarelo, chama a atenção dos passantes, ou melhor, dos parados no trânsito.

b) A narração está presente na apresentação da situação.
Nada foi dito sobre o banco objetivamente.A função dessa parte é envolver o leitor, mostrando uma situação semelhante àquela que ele se encontra, ou seja, parado no trânsito, sem ter o que fazer a não ser ler o outdoor. A narração segue, direcionando o assunto para as características do banco anunciante.

c) Detectado o problema, o próximo passo é apresentar a solução. Entram as provas.
Antes de serem listadas as vantagens do anunciante, é criada uma situação imaginária à que o consumidor experimenta naquele momento e que poderia ser solucionada pelos serviços que o banco oferece. Cria-se uma ligação entre a situação do consumidor e as vantagens do banco.

d) Para concluir a mensagem, surge a peroração.
Ela completa a peça publicitária, mostrando o serviço anunciado como solucionador da situação proposta e reforça a marca do anunciante.

Pronto! Essa foi uma breve explicação de como o anúncio publicitário funciona. Agora você pode analisar outras propagandas que encontrar no seu cotidiano. Até a próxima. 

Referências Bibliográficas

ARISTÓTELES. Arte retórica.  Rio de Janeiro: Ediouro.

FIGUEIREDO, Celso. Redação Publicitária - sedução pela palavra. São Paulo: Thomson, 2011.

GABRIELLI, Lourdes; HOFF, Tânia. Redação Publicitária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

*Agradecimentos: Professora Valéria Martins. 

sábado, 3 de junho de 2017

Como se cercar de inglês

Olá!

No post de hoje vamos falar sobre o inglês mais uma vez. Sabemos como é difícil estudar um idioma sem poder ir viajar para os locais em que ele é falado (acreditem, entendemos isso, pois nunca viajamos para um país de língua inglesa), porém, a gente tem como simular esse ambiente aqui mesmo, no Brasil. Vamos lá para as dicas!!!

1º Escreva em inglês sempre que puder. Como assim? Bem, se você tiver agenda, diário, cadernos e afins, você pode começar a escrever nesses locais em inglês. Isso vai demonstrar quais são as frases, palavras, expressões, entre outros, que você não sabe ou não tem certeza e que gostaria de aprender. Ninguém precisa ver o que você escreve e/ou se você comete erros, o foco está mesmo no exercício de sempre utilizar a outra língua. Caso tenha amigos que falem o idioma e que aceitem conversar nele via WhatsApp, Facebook, etc., melhor ainda. E não precisa ser textos enormes, podem ser frases curtas sobre o seu dia, tarefas ou pensamentos, isso ajudará muito. 

2º Troque as músicas em português por canções em inglês e podcasts. No post de como aprender inglês sozinho, demos dicas de podcasts para vocês. Esses programas gravados são ótimos para desenvolver o listening, além disso, se o tema for sobre algo que vocês curtem (o que recomendamos), será mais prazeroso fazer aquela viagem longa de trem e/ou de ônibus todos os dias. E em relação às músicas, você pode ouvir e ir acompanhando as letras no celular. Caso não tenha um aparelho bom para isso, duas dicas seriam: imprimir as letras e levá-las consigo ou copiá-las (dá trabalho, sabemos, mas é legal) em um caderno, o resultado é o mesmo. 

3º Faça da televisão e do computador/celular seus aliados. Sabemos que nem todos têm a oportunidade de gastar uma fortuna com um pacote de TV por assinatura, por isso, a melhor saída para quem assiste será colocar a programação em inglês sempre que possível. Deem uma procurada na tecla SAP do controle remoto (ou em algum outro botão com a mesma função). Em muitos casos, a TV também oferece a opção de legenda, o que pode ajudar para quem está inseguro com o listening. Outros dois aliados são o computador e o celular. Assim como tem gente que gosta de ir ouvindo algo dentro do transporte, também há aqueles que gostam de assistir (a dica não será válida para quem dirige. Be careful!). Use seu celular, tablet, computador ou qualquer outro aparelho portátil para assistir aos seriados, filmes e/ou vídeos no YouTube durante a viagem. Vai passar rápido, você poderá se divertir e ainda melhorará seu inglês. 

4º Troque a língua de seus aparelhos eletrônicos. Para ser sincera, eu, Denise, nem sei mais como é meu celular em português, pois há muito tempo ele está configurado em inglês. Façam isso com todos os aparelhos que vocês tiverem, pois mesmo que seja uma mudança pequena, faz a diferença. É a partir de pequenos passos que vamos melhorando a nossa fluência no idioma. 

5º Leia em inglês em vez de ler em português. Esse passo pode parecer muito avançado para alguns, então só façam aqueles que se sentirem confortáveis. Se você é um leitor ávido ou é daqueles que precisam ler por um motivo específico (aulas, vestibular, emprego), procurem fazer isso em inglês. Por exemplo, se a livraria tem aquele best seller maravilhoso que você deseja tanto ler, procure-o no original, pois isso irá te ajudar muito. Nem todas as edições em língua estrangeira serão absurdamente caras, umas são bem baratinhas, mesmo que a qualidade da obra não seja excepcional, o importante é treinar. O mesmo pensamento vale para quem lê muito jornal, procurem se informar em sites como o da BBC, o The New York Times ou do The Telegraph. Já para quem gosta de revistas, tem sempre artigos interessantes em um montão delas, como a Cosmopolitan, National Geographic Magazine, Geek (Geek Exchange) ou The Scientist Magazine. 

Por hoje é isso, pessoal! Esperamos ter ajudado mais um pouquinho com o inglês de vocês.