sábado, 1 de abril de 2017

Um papo sobre coesão e coerência

Ouvimos esses dois termos que estão no título com muita freqüência, principalmente na hora de escrevermos redações para o vestibular. Simplificando o que os termos coesão e coerência são, podemos dizer o seguinte: coesão é tudo aquilo que nos ajuda a ligar as frases no texto e os parágrafos; podemos pensar, por exemplo, na pontuação e nos conectores, ou seja, são todos os elementos que ajudam a “amarrar” o texto. Já a coerência é aquela “sensação” que temos de que as ideias do texto fazem sentido.

Para falarmos sobre coesão e coerência, precisamos, antes, entender que todo texto (verbal – escrito ou falado, não verbal e sincrético) é um objeto de significação e comunicação, certo? Ou seja, todo texto visa transmitir uma mensagem. Para fazer sentido e para que as pessoas entendam o que queremos dizer, essa mensagem precisa ser organizada e clara. E lembre-se: quando falamos de TEXTO, não estamos somente falando de um texto escrito, como esse post, mas também dos textos verbais (falado e escrito), que pode ser um vídeo (falado), ou esse post (escrito) que você está lendo, por exemplo. No caso de um texto não verbal, pode ser uma fotografia ou uma HQ sem falas e, no caso do texto sincrético, você pode pensar numa campanha publicitária governamental, em que normalmente há um texto escrito e uma foto, por exemplo.

Bom, mas vamos falar sobre coesão da coerência. Para simplificar, vamos utilizar textos para abordar os dois temas.

Observe os dois trechos abaixo de Harry Potter e a Pedra Filosofal, o primeiro não tem coesão:

O Sr. e a Sra. Dursley da rua dos Alfeneiros nº 4 se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais muito bem obrigado eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.”

Percebem como a leitura sem a pontuação é prejudicada? Agora vejamos o original, com coesão:
O Sr. e a Sra. Dursley, da rua dos Alfeneiros, nº 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.”

Ainda podemos pensar na falta de conectores:
O Sr. a Sra. Dursley, da rua dos Alfeneiros, nº 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha misteriosa, simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.”

Agora vejamos trechos sem coerência:
Diante do exposto, percebemos que a miséria não é um problema social em nosso país. Assim, há necessidade de criar saídas para que esse impasse seja resolvido.” (Ideias contrárias).

Por conta da crise econômica que assola o Brasil atualmente, estudiosos pesquisam formas de combater os focos da Febre Amarela.” (Ideias desconexas, sem sentido).

Como ficariam com coerência:
Diante do exposto, percebemos que a miséria é um problema social em nosso país. Assim, há necessidade de criar saídas para que esse impasse seja resolvido.”

Por conta da crise econômica que assola o Brasil atualmente, estudiosos pesquisam formas de combater o desemprego e de diminuir os impostos que costumam crescer nessas épocas.”

Pensando nos exemplos acima, precisamos entender que os textos estudados não podem ser um amontoado de palavras e frases. Os elementos que os constituem precisam estar organizados entre si, de forma que exprimam uma sequência de ideias coerentes para o leitor. Portanto, a coerência é o fator principal para que o texto seja um todo organizado de sentido. Somente assim ele poderá ser um objeto de comunicação claro e eficiente.

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