Ouvimos esses dois
termos que estão no título com muita freqüência, principalmente na hora de
escrevermos redações para o vestibular. Simplificando o que os termos coesão e
coerência são, podemos dizer o seguinte: coesão
é tudo aquilo que nos ajuda a ligar as frases no texto e os parágrafos; podemos
pensar, por exemplo, na pontuação e nos conectores, ou seja, são todos os
elementos que ajudam a “amarrar” o texto. Já a coerência é aquela “sensação” que temos de que as ideias do texto
fazem sentido.
Para falarmos sobre coesão e coerência, precisamos, antes,
entender que todo texto (verbal – escrito ou falado, não verbal e sincrético) é um objeto de significação e comunicação, certo? Ou
seja, todo texto visa transmitir uma mensagem. Para fazer sentido e para que as
pessoas entendam o que queremos dizer, essa mensagem precisa ser organizada e
clara. E lembre-se:
quando falamos de TEXTO, não estamos somente falando de um texto escrito, como
esse post, mas também dos textos
verbais (falado e escrito), que pode ser um vídeo (falado), ou esse post (escrito) que você está lendo, por
exemplo. No caso de um texto não verbal, pode ser uma fotografia ou uma HQ sem
falas e, no caso do texto sincrético, você pode pensar numa campanha publicitária
governamental, em que normalmente há um texto escrito e uma foto, por exemplo.
Bom, mas vamos
falar sobre coesão da coerência. Para simplificar, vamos utilizar textos para
abordar os dois temas.
Observe os dois
trechos abaixo de Harry Potter e a Pedra
Filosofal, o primeiro não tem coesão:
“O Sr. e a Sra. Dursley da rua dos Alfeneiros
nº 4 se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais muito bem obrigado
eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma
coisa estranha ou misteriosa porque simplesmente não compactuavam com esse tipo
de bobagem.”
Percebem como a leitura sem a pontuação é prejudicada?
Agora vejamos o original, com coesão:
“O Sr. e a Sra. Dursley, da rua dos
Alfeneiros, nº 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito
bem, obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se
metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não
compactuavam com esse tipo de bobagem.”
Ainda podemos pensar na falta de conectores:
“O Sr. a Sra. Dursley, da rua dos Alfeneiros,
nº 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem,
obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em
alguma coisa estranha misteriosa, simplesmente não compactuavam com esse tipo
de bobagem.”
Agora vejamos trechos sem coerência:
“Diante do exposto, percebemos que a miséria não é um problema social em nosso país.
Assim, há necessidade de criar saídas para que esse impasse seja resolvido.” (Ideias contrárias).
“Por conta da crise econômica que assola o
Brasil atualmente, estudiosos pesquisam formas de combater os focos da Febre
Amarela.” (Ideias desconexas, sem
sentido).
Como ficariam com coerência:
“Diante do exposto, percebemos que a miséria
é um problema social em nosso país. Assim, há necessidade de criar saídas para
que esse impasse seja resolvido.”
“Por conta da crise econômica que assola o
Brasil atualmente, estudiosos pesquisam formas de combater o desemprego e de
diminuir os impostos que costumam crescer nessas épocas.”
Pensando nos exemplos acima, precisamos
entender que os textos estudados não podem ser um amontoado de palavras e
frases. Os elementos que os constituem precisam estar organizados entre si, de
forma que exprimam uma sequência de ideias coerentes para o leitor. Portanto, a
coerência é o fator principal para que o texto seja um todo organizado de
sentido. Somente assim ele poderá ser um objeto de comunicação claro e
eficiente.
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