sábado, 27 de maio de 2017

Adjetivos


Adjetivo é a palavra que expressa uma característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo. Na música acima, o rapper Emicida caracteriza várias vezes a moça da canção (leonina, menina, mandona, etc). Vejamos outras formas de como se utilizar os adjetivos. 

1. Marido e mulher estão conversando. De repente, o marido diz uma destas frases:

Sua ideia de viajar me é simpática.
Sua ideia de viajar não me é simpática.
Sua ideia de viajar me é antipática.

a) Qual dessas frases daria a entender que o marido é totalmente favorável à ideia de viajar? (I)

b) E qual delas dá a entender que é totalmente desfavorável? (III)

c) Que diferenças de sentido existem entre a segunda e a terceira frases? (A primeira dá uma ideia positiva, já a segunda, negativa).

2. Observe o emprego do adjetivo destacado em vermelho nestas duas frases:

Aquela moça é muito bonita.
Nossa! Como você está bonita!

Qual a diferença entre ser bonita e estar bonita? (É indica um estado permanente, em quanto o ser indica um estado que pode mudar). 

3. A posição do adjetivo na frase às vezes resulta em diferenças de sentido. Dê o sentido dos adjetivos destacados nas frases abaixo. Em seguida, verifique em qual dos pares de frases a posição do adjetivo não cria alteração de sentido.

a) Era uma mulher pobre, sem nenhum parente. miserável, sem recursos. (Ela não tinha dinheiro).
    Era uma pobre mulher, sem nenhum parente. Coitada. (Está falando de um estado emocional, pois     ela está sozinha no mundo).

b) Marcos é um simples dentista. (Apenas um dentista, tem conotação negativa).
    Marcos é um dentista simples. (Um dentista que não é chique).

Fontes

WILLIAM, Roberto Cereja; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Portugês Linguagens: Passando a Limpo. São Paulo: Atual.

PORTUGUÊS, Só. Adjetivo. Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32.php

TRINTA, Mulher. Tirinha da Ana – Minha fofa. Disponível em: https://mulhertrinta.wordpress.com/2012/08/06/tirinha-da-ana-minha-fofa/.

sábado, 20 de maio de 2017

Variação linguística

Observe a imagem a seguir: 


Quais gírias mostradas na imagem anterior você conhece? Já ouviu alguém mais velho (pai, mãe, tio (a), avô, avó) utilizar uma delas? As línguas vivem em constante reconstrução, variando de acordo com os anos. Com o passar do tempo algumas palavras/expressões deixam de ser utilizadas ou passam a ser empregadas em casos específicos. Por isso, pessoas com idades diferentes tendem a utilizar palavras distintas para se expressarem.

Veja na tirinha abaixo um exemplo das mudanças na língua nos anos de 1940, 1980 e 2010. 



NORMA PADRÃO E LÍNGUA COLOQUIAL

A norma padrão é um modelo, uma referência utilizada em situações formais e com origem em livros literários e canônicos. É também um conjunto de regras preconizada pela gramática normativa, ou seja, é a língua de prestígio utilizada pela elite. Exemplos: entrevistas de emprego, apresentação de trabalhos, cartas formais, etc.

A língua coloquial é a variação linguística utilizada em situações mais informais. É corriqueira no dia a dia. Exemplos: conversas com amigos, com a família, etc. Então é correto afirmar que somente a norma-padrão é a forma adequada da língua?

É comum, em nossa sociedade, considerarmos  errados os modos diferentes de falar e como certos apenas os usos que seguem a norma padrão. A forma padrão é, na verdade, apenas uma das modalidades da língua e não a única. O papel da escola é ensinar a norma padrão, mas também é necessário respeitar a forma como o estudante chega à escola, ou seja, a língua que ele aprende com a família e amigos. 

ADEQUAÇÃO AO CONTEXTO

Em situações mais formais (entrevista de emprego, palestras, seminários, etc) empregamos uma variedade linguística mais formal e próxima da norma-padrão. Em situações informais (conversa com amigos/família, redes sociais, etc), empregamos uma variedade linguística informal, próxima ao contexto em que estamos inseridos. 

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS REGIONAIS

O Brasil é um dos países mais extensos do mundo, com uma área de 8 514 876 km², tendo isso como base não temos como imaginar que a língua portuguesa falada no Acre seja a mesma falada no Rio Grande do Sul. 

No âmbito da variação linguística regional, podemos observar as diferenças de localidade e do falante de cada região. As principais diferenças são no uso de palavras distintas para falar sobre a mesma coisa e a entonação dada a cada sílaba.

Podemos citar como fatores para a variação a cultura de cada região e o processo de colonização sofrido pelos falantes, por exemplo, no sul, os principais colonizadores, foram os alemães, já na região nordeste, houve maior colonização Holandesa, sendo assim, podemos notar algumas heranças dessa colonização, por exemplo: Jefferson - son significa filho então nesse caso seria filho de Jeffer, e por isso até hoje podemos notar muitos nomes na região com final son.

No Rio de Janeiro, a principal colonização foi portuguesa, por isso para nós, parece que eles estão sempre sibilando: esssqueiro, esscola, essquina....

Para exemplificar melhor essas variações, iremos assistir a um vídeo.


Outro exemplo muito bom para mostrar essas variações é o filme Cine Holliúdy, que como o próprio trailer diz, seria o primeiro filme em “cearenses” com legenda em português.


Sendo assim, podemos dizer que o português do Brasil vai muito além do que se vê nos livros.

VARIEDADES SOCIAIS

Modificações da linguagem produzidas pelo ambiente em que se desenvolve o falante pode ocorrer pela diferença de: classe social; grau de educação; profissão; e idade. Exemplos:

"O réu vive de espórtula, tanto que é notória sua cacosmia". (linguajar jurídico).  

"Oi rapeize do surf brigadão pela moral que vcs tão me dando, pow ta muito bom quando ta batendo aquelas ondas na prainha. Tá show,valeu brigadão". (conversa de surfista).  

Agora vamos ouvir uma música que apresenta traços de variedades sociais.

 
Si o senhor não está lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está

Era uma casa velha
Um palacete abandonado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímos nossa maloca

Esse edifício alto
Mais, um dia
Nem quero me lembrar
Veio os homens cas ferramentas

O dono mandô derrubá
Peguemo tudo a nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Apreciar a demolição

Que tristeza que eu sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá

Mas em cima eu falei:
Os homis tá cá razão
Nós arranja outro lugar

Só se conformemos quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertor"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim

E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida

Bem, por hoje é isso, gente. Esperamos que tenham aprendido um pouco mais sobre variação linguística.

Referência bibliográfica 

BAGNO, M. Não É Errado Falar Assim. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

sábado, 13 de maio de 2017

Resumo e Resenha

Olá, leitores.

Muitas vezes na escola/faculdade ou no trabalho nos pedem para escrevermos um resumo ou uma resenha. Mas qual a diferença entre os dois? Vamos ver abaixo!

RESUMO

Fazer um resumo significa apresentar o conteúdo de forma sintética, destacando as informações essenciais do conteúdo de um livro, artigo, argumento de filme, peça teatral com a finalidade de transmitir uma ideia geral sobre seu sentido.

O resumo pode ser classificado em três tipos: indicativo, informativo ou crítico (também chamado de resenha crítica).

Resumo informativo: tem por finalidade deixar o leitor informado acerca dos principais pontos destacados no texto, proporcionando a ele a possibilidade de ter uma ideia geral do que se trata. Cabe afirmar então que a consulta ao texto original não é tão necessária assim. Essa modalidade de resumo é indicada para artigos científicos e artigos acadêmicos de forma geral. 

Resumo indicativo: aponta somente os pontos relevantes, principais do texto-base, descartando a possibilidade de apresentar dados de natureza qualitativa e quantitativa. Por essa razão, faz-se necessária a consulta ao texto original. Por fim, temos o resumo crítico que, sem sombra de dúvidas, trata-se de uma análise com base no ponto de vista do emissor acerca das ideias contidas no texto original. Em virtude desse aspecto, juízos de valor são amplamente permitidos – o que lhe concede o nome, também, de resenha crítica. 

RESENHA

A resenha consiste em uma descrição de analisar e enumerar aspectos relevantes sobre uma determinada obra literária, filme ou outra expressão artística. 

Para apresentar uma resenha, é importante resumir os assuntos tratados e apresentar o maior número de informações sobre o trabalho para proporcionar ao leitor os requisitos mínimos para que ele se oriente.

A resenha pode ser classificada em dois tipos: descritiva ou crítica.

Resenha descritiva: são dadas informações sobre o texto, como por exemplo, nome do autor (ou dos autores); título completo e exato da obra; nome da editora (ou coleção de que faz parte a obra); lugar e data da publicação; número do volume de páginas. Pode-se, aqui, fazer uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão de capítulos, assuntos dos capítulos, índice, etc).

Resenha crítica: além dos elementos já mencionados, devem ser inclusos também os comentários e julgamentos do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra, entre outras questões. Em linhas gerais, a resenha consiste na leitura, resumo e comentário crítico, ou não, de um livro ou texto. Para a elaboração do comentário, utilizam-se opiniões de diversos autores da comunidade científica em relação às defendidas pelo autor e se estabelece todo tipo de comparação com os enfoques, métodos de investigação e formas de exposição de outros autores. 

Bem, esperamos que possam aproveitar o conteúdo. Até a próxima!

Fontes:


sábado, 6 de maio de 2017

Barroco

Características do Barroco


O estilo barroco revela as incertezas do homem frente ao seu período, causadas pela oposição entre Antropocentrismo (homem no centro) e o Teocentrismo (Deus no centro). Este período foi marcado pela tensão entre a igreja católica e a protestante; conflito entre o corpo e a alma; a efemeridade (o tempo); cultismo e conceptismo.

Essa realidade pode ser vista no filme "Lutero", de 2003. Abaixo deixamos o vídeo do filme completo para quem quiser conferir. 


Conflito entre corpo e alma - Na visão barroca, ou se vive a vida sensualmente, ou se foge dos gozos humanos e se alcança a eternidade. Essa contradição gera angústias e conflitos;

A passagem do tempo - Dúvida constante entre aproveitar os prazeres ou renunciá-los;

Cultismo - caracteriza-se pelo uso de linguagem rebuscada.

Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, 
A quem infiéis despedaçaram
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.  

Gregório de Matos

Conceptismo - caracteriza-se pela utilização da retórica aprimorada, a fim de convencer e ensinar.

"Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister¹ luz, há mister espelho e há mister olhos".                                                                         
                                                           Pe. Antônio Vieira

A reforma protestante

Os motivos que levaram Martinho Lutero a promover a reforma dentro da igreja surgiram porque as regras aplicadas a todos não eram seguidas pelo clero, além disso, outros incoerências foram se apresentando ao longo do tempo como podemos verificar nos tópicos a seguir: 

- Insatisfação com as atitudes da Igreja Católica: 
- Interferência nas decisões políticas; 
- Acúmulo de altas somas em dinheiro e terras;
- Venda de indulgências, ou seja, a Igreja pregava que qualquer cristão poderia comprar o perdão por seus pecados;
- A Igreja condenava abertamente a acumulação de capitais (embora ela mesma o fizesse). 

Contrarreforma

A Contrarreforma foi um movimento de reação da Igreja Católica ao surgimento de novas doutrinas cristãs na Europa, em um processo conhecido como Reforma Protestante. Após perder o poder religioso, econômico e político em muitos países da Europa, a Igreja Católica reagiu, e de forma repressiva. Uma das primeiras medidas foi a criação da Companhia de Jesus – Local em que o Padre António Vieira estudou. Ordem religiosa dos jesuítas, cuja função era a divulgação da doutrina católica.

Ainda na Contrarreforma, o Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, foi reativado para poder perseguir os praticantes das doutrinas cristãs protestantes e o Index Librorum Prohibitorum passou a indicar os livros que eram proibidos aos católicos e, portanto, deveriam ser banidos. 

Autores

Os principais autores da época foram:

Gregório de Matos;
Padre António Vieira;
Bento Teixeira Pinto;
Manoel Botelho de Oliveira;
Frei Manuel de Santa Maria Itaparica.

Boca do Inferno

Gregório de Matos Guerra, o “Boca do Inferno”. Com seu espírito crítico, satirizava políticos, comerciantes, clero, colonizadores e até mesmo o povo. Para isso, usava palavrões e um vocabulário bem baixo em suas obras. Nasce supostamente em 7 de abril de 1633 na Bahia e morre em Recife em 1696. De família rica, educou-se em casa e no colégio jesuíta. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e lá exerceu a profissão sendo, inclusive, juiz de órfãos. Sua poesia pode ser dividida em: Satírica, lírica, religiosa e erótica.

Senhora Dona Bahia

“Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna, 
e é que, quem o dinheiro nos arranca, 
nos arranca as mãos, a língua, os olhos." 
"Esta mãe universal, 
esta célebre Bahia, 
que a seus peitos toma, e cria, 
os que enjeita Portugal“
“Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero das culteranias hoje o hábito enforcar: 
de que serve arrebentar 
por quem de mim não tem mágoa? 
verdades direi como água 
porque todos entendais, 
os ladinos e os boçais, 
a Musa praguejadora.
Entendeis-me agora?” 

Palmas - Projota

A canção acima do Projota aborda muitos dos problemas do Brasil, assim como o poema de Gregório de Matos. Essa é uma característica muito presente no rap e poderia ter seu papel social comparado ao da poesia daquela época. 

Por hoje é só! Esperamos que tenham gostado. 

Fontes


INFOESCOLA. Reforma protestante. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/reforma-protestante/

INFOESCOLA. Gregório de Matos. Disponível em: http://www.infoescola.com/escritores/gregorio-de-matos-guerra/