sábado, 6 de maio de 2017

Barroco

Características do Barroco


O estilo barroco revela as incertezas do homem frente ao seu período, causadas pela oposição entre Antropocentrismo (homem no centro) e o Teocentrismo (Deus no centro). Este período foi marcado pela tensão entre a igreja católica e a protestante; conflito entre o corpo e a alma; a efemeridade (o tempo); cultismo e conceptismo.

Essa realidade pode ser vista no filme "Lutero", de 2003. Abaixo deixamos o vídeo do filme completo para quem quiser conferir. 


Conflito entre corpo e alma - Na visão barroca, ou se vive a vida sensualmente, ou se foge dos gozos humanos e se alcança a eternidade. Essa contradição gera angústias e conflitos;

A passagem do tempo - Dúvida constante entre aproveitar os prazeres ou renunciá-los;

Cultismo - caracteriza-se pelo uso de linguagem rebuscada.

Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, 
A quem infiéis despedaçaram
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.  

Gregório de Matos

Conceptismo - caracteriza-se pela utilização da retórica aprimorada, a fim de convencer e ensinar.

"Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister¹ luz, há mister espelho e há mister olhos".                                                                         
                                                           Pe. Antônio Vieira

A reforma protestante

Os motivos que levaram Martinho Lutero a promover a reforma dentro da igreja surgiram porque as regras aplicadas a todos não eram seguidas pelo clero, além disso, outros incoerências foram se apresentando ao longo do tempo como podemos verificar nos tópicos a seguir: 

- Insatisfação com as atitudes da Igreja Católica: 
- Interferência nas decisões políticas; 
- Acúmulo de altas somas em dinheiro e terras;
- Venda de indulgências, ou seja, a Igreja pregava que qualquer cristão poderia comprar o perdão por seus pecados;
- A Igreja condenava abertamente a acumulação de capitais (embora ela mesma o fizesse). 

Contrarreforma

A Contrarreforma foi um movimento de reação da Igreja Católica ao surgimento de novas doutrinas cristãs na Europa, em um processo conhecido como Reforma Protestante. Após perder o poder religioso, econômico e político em muitos países da Europa, a Igreja Católica reagiu, e de forma repressiva. Uma das primeiras medidas foi a criação da Companhia de Jesus – Local em que o Padre António Vieira estudou. Ordem religiosa dos jesuítas, cuja função era a divulgação da doutrina católica.

Ainda na Contrarreforma, o Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, foi reativado para poder perseguir os praticantes das doutrinas cristãs protestantes e o Index Librorum Prohibitorum passou a indicar os livros que eram proibidos aos católicos e, portanto, deveriam ser banidos. 

Autores

Os principais autores da época foram:

Gregório de Matos;
Padre António Vieira;
Bento Teixeira Pinto;
Manoel Botelho de Oliveira;
Frei Manuel de Santa Maria Itaparica.

Boca do Inferno

Gregório de Matos Guerra, o “Boca do Inferno”. Com seu espírito crítico, satirizava políticos, comerciantes, clero, colonizadores e até mesmo o povo. Para isso, usava palavrões e um vocabulário bem baixo em suas obras. Nasce supostamente em 7 de abril de 1633 na Bahia e morre em Recife em 1696. De família rica, educou-se em casa e no colégio jesuíta. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e lá exerceu a profissão sendo, inclusive, juiz de órfãos. Sua poesia pode ser dividida em: Satírica, lírica, religiosa e erótica.

Senhora Dona Bahia

“Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna, 
e é que, quem o dinheiro nos arranca, 
nos arranca as mãos, a língua, os olhos." 
"Esta mãe universal, 
esta célebre Bahia, 
que a seus peitos toma, e cria, 
os que enjeita Portugal“
“Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero das culteranias hoje o hábito enforcar: 
de que serve arrebentar 
por quem de mim não tem mágoa? 
verdades direi como água 
porque todos entendais, 
os ladinos e os boçais, 
a Musa praguejadora.
Entendeis-me agora?” 

Palmas - Projota

A canção acima do Projota aborda muitos dos problemas do Brasil, assim como o poema de Gregório de Matos. Essa é uma característica muito presente no rap e poderia ter seu papel social comparado ao da poesia daquela época. 

Por hoje é só! Esperamos que tenham gostado. 

Fontes


INFOESCOLA. Reforma protestante. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/reforma-protestante/

INFOESCOLA. Gregório de Matos. Disponível em: http://www.infoescola.com/escritores/gregorio-de-matos-guerra/

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