sábado, 17 de junho de 2017

Substantivo - Construindo o conceito

E aí, galerinha! A conversa de hoje será sobre substantivo. Neste post, não iremos nos aprofundar nos tipos de substantivos (isso é papo pra próxima aula), por isso, nesse primeiro momento, vamos apenas falar dessa classe de modo geral para que vocês possam compreender o que é um substantivo.

Mas, para falarmos sobre essa classe de palavra, precisamos, antes, entender o que é um substantivo, certo? Antes de partirmos para a definição propriamente dita, vejamos esse pequeno exemplo:

Circuito Fechado (Ricardo Ramos)

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara.

Mesmo não tendo estruturas complexas, em forma de sentenças ou frases, por exemplo, conseguimos entender a ideia do autor ao construir o texto acima, não conseguimos? Podemos perceber também que o texto utilizado como exemplo foi construído somente com substantivos. Somente com o jogo das escolhas de palavras (que nesse caso são todas substantivos), podemos imaginar, por meio da descrição, a situação que o autor deseja nos contar.

Para compreendermos melhor, pense na seguinte situação: feche os seus olhos e imagine a sua sala de aula (sabemos que nem sempre essa é a imagem mais agradável de se imaginar, rs), mas só por enquanto, imagine a sua sala de aula. Conseguiu?
  

Ao imaginarmos a nossa sala de aula, por exemplo, podemos pensar nos seguintes aspectos: mesa, cadeira, lousa, porta, janela, computador, aluno, professor, lápis, caneta, caderno, mochila, celular são nomes de “coisas”.

Dizemos então que as palavras que dão nome a seres, coisas, ações, sentimentos, desejos e ideias são chamadas de SUBSTANTIVOS.

Por isso dizemos que substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:

-lugares: Brasil, São Paulo, Alemanha, Porto Alegre...
-sentimentos: raiva, amor, paixão, ódio...
-estados: alegria, tristeza...
-qualidades: honestidade, sinceridade...

Podemos citar também como exemplo o refrão da música “Não é Proibido”, de Marisa monte: 

https://www.youtube.com/watch?v=edZOU-SEwnQ

Jujuba, bananada, pipoca,
Cocada, queijadinha, sorvete,
Chiclete, sundae de chocolate,
Uh!
Paçoca, mariola, quindim,
Frumelo, doce de abóbora com coco,
Bala juquinha, algodão doce e manjar

Bom, pessoal, hoje o nosso objetivo foi dar somente uma pincelada, vamos assim dizer, no conceito de substantivo. Nas próximas aulas continuaremos falando mais sobre esse assunto (de forma detalhada), a fim de que o conteúdo fique mais claro e mais compreensível para vocês.

Por fim, deixamos para reflexão o texto Marcelo, Marmelo, Martelo, da escritora Ruth Rocha.

sábado, 10 de junho de 2017

A publicidade e o esquema aristotélico*

Olá, pessoal! Hoje iremos falar de um assunto que encontramos em todos os lugares: a propaganda. Já pararam para perceber como somos expostos a ela o tempo todo? Pois bem, veremos como que os publicitários criam anúncios para chamar as nossas atenção.

"Para vender, a publicidade precisa convencer, ou seja, envolver, sensibilizar e até seduzir o consumidor a fim de levá-lo à compra. Por ser uma mensagem dirigida para grupos específicos - público-alvo, para os profissionais de comunicação -, dos quais estudamos o comportamento, as expectativas, as necessidades e tendências, é possível construir mensagens adequadas à visão de mundo do público-alvo e, por consequência, bastante persuasivas". (HOFF; GABRIELLI, 2004, p. 02)

Persuadir X Convencer

Mas qual a diferença entre persuadir alguém a fazer algo e convencer a mesma pessoa de alguma coisa?

"A publicidade raramente convence alguém de algo. Ela persuade alguém a algo. Existe uma grande diferença entre persuadir e convencer. Para convencer, é necessário mudar uma opinião, vencer os conceitos existentes na mente do consumidor, o que, em geral, é difícil e, não raro, muito demorado; já persuadir tem mais a ver com concordar com algo que o consumidor já pensa e, por meio dessa concordância, trazê-lo para o produto que se quer anunciar".  (FIGUEIREDO, 2011, p. 53)

Mas como se constrói o processo persuasivo?

"Processos publicitários eficientes frequentemente levam mais em conta as crenças do consumidor do que as características do produto". (FIGUEIREDO, 2011, p. 54) Em outras palavras, os publicitários focam no que a pessoa que irá comprar o produto quer.

Na Grécia Antiga, há mais de 2.300 anos, no capítulo XIII do livro II da Arte retórica, Aristóteles afirmou que para ser coerente o discurso deve ter quatro etapas básicas. Originalmente, Aristóteles apontava essas fases nas apresentações orais, porém é possível verificar claramente que elas também estão presentes no texto publicitário.

EXÓRDIO
O que é? Título e imagem
Função: Chamar a atenção do observador.

NARRAÇÃO 
O que é? Imagem e início do texto
Função: Envolver o observador na situação proposta.

PROVAS
O que é? Miolo do texto
Função: Justificar racionalmente as vantagens do produto anunciado.

PERORAÇÃO
O que é?
Fim do texto, assinatura de campanha, logomarca, slogan
Função: Concluir o raciocínio, incentivar a ação, lembrar a marca anunciante.

Observemos em uma propraganda do Banco Itaú esses quatro traços da propraganda:

Engarrafados, o Itaú foi feito para você que vive numa cidade como esta, onde as pessoas conseguem ler um outdoor com 84 palavras, enquanto estão paradas no trânsito. Quem perde um tempão no trânsito, precisa ganhar tempo no banco. Por isso, o Itaú tem mais de 17 mil caixas eletrônicos, Itaú Bankfone, Itaú Bankline e mais de 2 mil agências em todo o Brasil. Com o Itaú, seu carro pode ficar paradão, mas sua vida anda que é uma beleza.

a) O exórdio aparece no termo “Engarrafados”.
O tipo de escrita maior e em amarelo, chama a atenção dos passantes, ou melhor, dos parados no trânsito.

b) A narração está presente na apresentação da situação.
Nada foi dito sobre o banco objetivamente.A função dessa parte é envolver o leitor, mostrando uma situação semelhante àquela que ele se encontra, ou seja, parado no trânsito, sem ter o que fazer a não ser ler o outdoor. A narração segue, direcionando o assunto para as características do banco anunciante.

c) Detectado o problema, o próximo passo é apresentar a solução. Entram as provas.
Antes de serem listadas as vantagens do anunciante, é criada uma situação imaginária à que o consumidor experimenta naquele momento e que poderia ser solucionada pelos serviços que o banco oferece. Cria-se uma ligação entre a situação do consumidor e as vantagens do banco.

d) Para concluir a mensagem, surge a peroração.
Ela completa a peça publicitária, mostrando o serviço anunciado como solucionador da situação proposta e reforça a marca do anunciante.

Pronto! Essa foi uma breve explicação de como o anúncio publicitário funciona. Agora você pode analisar outras propagandas que encontrar no seu cotidiano. Até a próxima. 

Referências Bibliográficas

ARISTÓTELES. Arte retórica.  Rio de Janeiro: Ediouro.

FIGUEIREDO, Celso. Redação Publicitária - sedução pela palavra. São Paulo: Thomson, 2011.

GABRIELLI, Lourdes; HOFF, Tânia. Redação Publicitária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

*Agradecimentos: Professora Valéria Martins. 

sábado, 3 de junho de 2017

Como se cercar de inglês

Olá!

No post de hoje vamos falar sobre o inglês mais uma vez. Sabemos como é difícil estudar um idioma sem poder ir viajar para os locais em que ele é falado (acreditem, entendemos isso, pois nunca viajamos para um país de língua inglesa), porém, a gente tem como simular esse ambiente aqui mesmo, no Brasil. Vamos lá para as dicas!!!

1º Escreva em inglês sempre que puder. Como assim? Bem, se você tiver agenda, diário, cadernos e afins, você pode começar a escrever nesses locais em inglês. Isso vai demonstrar quais são as frases, palavras, expressões, entre outros, que você não sabe ou não tem certeza e que gostaria de aprender. Ninguém precisa ver o que você escreve e/ou se você comete erros, o foco está mesmo no exercício de sempre utilizar a outra língua. Caso tenha amigos que falem o idioma e que aceitem conversar nele via WhatsApp, Facebook, etc., melhor ainda. E não precisa ser textos enormes, podem ser frases curtas sobre o seu dia, tarefas ou pensamentos, isso ajudará muito. 

2º Troque as músicas em português por canções em inglês e podcasts. No post de como aprender inglês sozinho, demos dicas de podcasts para vocês. Esses programas gravados são ótimos para desenvolver o listening, além disso, se o tema for sobre algo que vocês curtem (o que recomendamos), será mais prazeroso fazer aquela viagem longa de trem e/ou de ônibus todos os dias. E em relação às músicas, você pode ouvir e ir acompanhando as letras no celular. Caso não tenha um aparelho bom para isso, duas dicas seriam: imprimir as letras e levá-las consigo ou copiá-las (dá trabalho, sabemos, mas é legal) em um caderno, o resultado é o mesmo. 

3º Faça da televisão e do computador/celular seus aliados. Sabemos que nem todos têm a oportunidade de gastar uma fortuna com um pacote de TV por assinatura, por isso, a melhor saída para quem assiste será colocar a programação em inglês sempre que possível. Deem uma procurada na tecla SAP do controle remoto (ou em algum outro botão com a mesma função). Em muitos casos, a TV também oferece a opção de legenda, o que pode ajudar para quem está inseguro com o listening. Outros dois aliados são o computador e o celular. Assim como tem gente que gosta de ir ouvindo algo dentro do transporte, também há aqueles que gostam de assistir (a dica não será válida para quem dirige. Be careful!). Use seu celular, tablet, computador ou qualquer outro aparelho portátil para assistir aos seriados, filmes e/ou vídeos no YouTube durante a viagem. Vai passar rápido, você poderá se divertir e ainda melhorará seu inglês. 

4º Troque a língua de seus aparelhos eletrônicos. Para ser sincera, eu, Denise, nem sei mais como é meu celular em português, pois há muito tempo ele está configurado em inglês. Façam isso com todos os aparelhos que vocês tiverem, pois mesmo que seja uma mudança pequena, faz a diferença. É a partir de pequenos passos que vamos melhorando a nossa fluência no idioma. 

5º Leia em inglês em vez de ler em português. Esse passo pode parecer muito avançado para alguns, então só façam aqueles que se sentirem confortáveis. Se você é um leitor ávido ou é daqueles que precisam ler por um motivo específico (aulas, vestibular, emprego), procurem fazer isso em inglês. Por exemplo, se a livraria tem aquele best seller maravilhoso que você deseja tanto ler, procure-o no original, pois isso irá te ajudar muito. Nem todas as edições em língua estrangeira serão absurdamente caras, umas são bem baratinhas, mesmo que a qualidade da obra não seja excepcional, o importante é treinar. O mesmo pensamento vale para quem lê muito jornal, procurem se informar em sites como o da BBC, o The New York Times ou do The Telegraph. Já para quem gosta de revistas, tem sempre artigos interessantes em um montão delas, como a Cosmopolitan, National Geographic Magazine, Geek (Geek Exchange) ou The Scientist Magazine. 

Por hoje é isso, pessoal! Esperamos ter ajudado mais um pouquinho com o inglês de vocês. 

sábado, 27 de maio de 2017

Adjetivos


Adjetivo é a palavra que expressa uma característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo. Na música acima, o rapper Emicida caracteriza várias vezes a moça da canção (leonina, menina, mandona, etc). Vejamos outras formas de como se utilizar os adjetivos. 

1. Marido e mulher estão conversando. De repente, o marido diz uma destas frases:

Sua ideia de viajar me é simpática.
Sua ideia de viajar não me é simpática.
Sua ideia de viajar me é antipática.

a) Qual dessas frases daria a entender que o marido é totalmente favorável à ideia de viajar? (I)

b) E qual delas dá a entender que é totalmente desfavorável? (III)

c) Que diferenças de sentido existem entre a segunda e a terceira frases? (A primeira dá uma ideia positiva, já a segunda, negativa).

2. Observe o emprego do adjetivo destacado em vermelho nestas duas frases:

Aquela moça é muito bonita.
Nossa! Como você está bonita!

Qual a diferença entre ser bonita e estar bonita? (É indica um estado permanente, em quanto o ser indica um estado que pode mudar). 

3. A posição do adjetivo na frase às vezes resulta em diferenças de sentido. Dê o sentido dos adjetivos destacados nas frases abaixo. Em seguida, verifique em qual dos pares de frases a posição do adjetivo não cria alteração de sentido.

a) Era uma mulher pobre, sem nenhum parente. miserável, sem recursos. (Ela não tinha dinheiro).
    Era uma pobre mulher, sem nenhum parente. Coitada. (Está falando de um estado emocional, pois     ela está sozinha no mundo).

b) Marcos é um simples dentista. (Apenas um dentista, tem conotação negativa).
    Marcos é um dentista simples. (Um dentista que não é chique).

Fontes

WILLIAM, Roberto Cereja; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Portugês Linguagens: Passando a Limpo. São Paulo: Atual.

PORTUGUÊS, Só. Adjetivo. Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32.php

TRINTA, Mulher. Tirinha da Ana – Minha fofa. Disponível em: https://mulhertrinta.wordpress.com/2012/08/06/tirinha-da-ana-minha-fofa/.

sábado, 20 de maio de 2017

Variação linguística

Observe a imagem a seguir: 


Quais gírias mostradas na imagem anterior você conhece? Já ouviu alguém mais velho (pai, mãe, tio (a), avô, avó) utilizar uma delas? As línguas vivem em constante reconstrução, variando de acordo com os anos. Com o passar do tempo algumas palavras/expressões deixam de ser utilizadas ou passam a ser empregadas em casos específicos. Por isso, pessoas com idades diferentes tendem a utilizar palavras distintas para se expressarem.

Veja na tirinha abaixo um exemplo das mudanças na língua nos anos de 1940, 1980 e 2010. 



NORMA PADRÃO E LÍNGUA COLOQUIAL

A norma padrão é um modelo, uma referência utilizada em situações formais e com origem em livros literários e canônicos. É também um conjunto de regras preconizada pela gramática normativa, ou seja, é a língua de prestígio utilizada pela elite. Exemplos: entrevistas de emprego, apresentação de trabalhos, cartas formais, etc.

A língua coloquial é a variação linguística utilizada em situações mais informais. É corriqueira no dia a dia. Exemplos: conversas com amigos, com a família, etc. Então é correto afirmar que somente a norma-padrão é a forma adequada da língua?

É comum, em nossa sociedade, considerarmos  errados os modos diferentes de falar e como certos apenas os usos que seguem a norma padrão. A forma padrão é, na verdade, apenas uma das modalidades da língua e não a única. O papel da escola é ensinar a norma padrão, mas também é necessário respeitar a forma como o estudante chega à escola, ou seja, a língua que ele aprende com a família e amigos. 

ADEQUAÇÃO AO CONTEXTO

Em situações mais formais (entrevista de emprego, palestras, seminários, etc) empregamos uma variedade linguística mais formal e próxima da norma-padrão. Em situações informais (conversa com amigos/família, redes sociais, etc), empregamos uma variedade linguística informal, próxima ao contexto em que estamos inseridos. 

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS REGIONAIS

O Brasil é um dos países mais extensos do mundo, com uma área de 8 514 876 km², tendo isso como base não temos como imaginar que a língua portuguesa falada no Acre seja a mesma falada no Rio Grande do Sul. 

No âmbito da variação linguística regional, podemos observar as diferenças de localidade e do falante de cada região. As principais diferenças são no uso de palavras distintas para falar sobre a mesma coisa e a entonação dada a cada sílaba.

Podemos citar como fatores para a variação a cultura de cada região e o processo de colonização sofrido pelos falantes, por exemplo, no sul, os principais colonizadores, foram os alemães, já na região nordeste, houve maior colonização Holandesa, sendo assim, podemos notar algumas heranças dessa colonização, por exemplo: Jefferson - son significa filho então nesse caso seria filho de Jeffer, e por isso até hoje podemos notar muitos nomes na região com final son.

No Rio de Janeiro, a principal colonização foi portuguesa, por isso para nós, parece que eles estão sempre sibilando: esssqueiro, esscola, essquina....

Para exemplificar melhor essas variações, iremos assistir a um vídeo.


Outro exemplo muito bom para mostrar essas variações é o filme Cine Holliúdy, que como o próprio trailer diz, seria o primeiro filme em “cearenses” com legenda em português.


Sendo assim, podemos dizer que o português do Brasil vai muito além do que se vê nos livros.

VARIEDADES SOCIAIS

Modificações da linguagem produzidas pelo ambiente em que se desenvolve o falante pode ocorrer pela diferença de: classe social; grau de educação; profissão; e idade. Exemplos:

"O réu vive de espórtula, tanto que é notória sua cacosmia". (linguajar jurídico).  

"Oi rapeize do surf brigadão pela moral que vcs tão me dando, pow ta muito bom quando ta batendo aquelas ondas na prainha. Tá show,valeu brigadão". (conversa de surfista).  

Agora vamos ouvir uma música que apresenta traços de variedades sociais.

 
Si o senhor não está lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está

Era uma casa velha
Um palacete abandonado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímos nossa maloca

Esse edifício alto
Mais, um dia
Nem quero me lembrar
Veio os homens cas ferramentas

O dono mandô derrubá
Peguemo tudo a nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Apreciar a demolição

Que tristeza que eu sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá

Mas em cima eu falei:
Os homis tá cá razão
Nós arranja outro lugar

Só se conformemos quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertor"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim

E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida

Bem, por hoje é isso, gente. Esperamos que tenham aprendido um pouco mais sobre variação linguística.

Referência bibliográfica 

BAGNO, M. Não É Errado Falar Assim. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

sábado, 13 de maio de 2017

Resumo e Resenha

Olá, leitores.

Muitas vezes na escola/faculdade ou no trabalho nos pedem para escrevermos um resumo ou uma resenha. Mas qual a diferença entre os dois? Vamos ver abaixo!

RESUMO

Fazer um resumo significa apresentar o conteúdo de forma sintética, destacando as informações essenciais do conteúdo de um livro, artigo, argumento de filme, peça teatral com a finalidade de transmitir uma ideia geral sobre seu sentido.

O resumo pode ser classificado em três tipos: indicativo, informativo ou crítico (também chamado de resenha crítica).

Resumo informativo: tem por finalidade deixar o leitor informado acerca dos principais pontos destacados no texto, proporcionando a ele a possibilidade de ter uma ideia geral do que se trata. Cabe afirmar então que a consulta ao texto original não é tão necessária assim. Essa modalidade de resumo é indicada para artigos científicos e artigos acadêmicos de forma geral. 

Resumo indicativo: aponta somente os pontos relevantes, principais do texto-base, descartando a possibilidade de apresentar dados de natureza qualitativa e quantitativa. Por essa razão, faz-se necessária a consulta ao texto original. Por fim, temos o resumo crítico que, sem sombra de dúvidas, trata-se de uma análise com base no ponto de vista do emissor acerca das ideias contidas no texto original. Em virtude desse aspecto, juízos de valor são amplamente permitidos – o que lhe concede o nome, também, de resenha crítica. 

RESENHA

A resenha consiste em uma descrição de analisar e enumerar aspectos relevantes sobre uma determinada obra literária, filme ou outra expressão artística. 

Para apresentar uma resenha, é importante resumir os assuntos tratados e apresentar o maior número de informações sobre o trabalho para proporcionar ao leitor os requisitos mínimos para que ele se oriente.

A resenha pode ser classificada em dois tipos: descritiva ou crítica.

Resenha descritiva: são dadas informações sobre o texto, como por exemplo, nome do autor (ou dos autores); título completo e exato da obra; nome da editora (ou coleção de que faz parte a obra); lugar e data da publicação; número do volume de páginas. Pode-se, aqui, fazer uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão de capítulos, assuntos dos capítulos, índice, etc).

Resenha crítica: além dos elementos já mencionados, devem ser inclusos também os comentários e julgamentos do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra, entre outras questões. Em linhas gerais, a resenha consiste na leitura, resumo e comentário crítico, ou não, de um livro ou texto. Para a elaboração do comentário, utilizam-se opiniões de diversos autores da comunidade científica em relação às defendidas pelo autor e se estabelece todo tipo de comparação com os enfoques, métodos de investigação e formas de exposição de outros autores. 

Bem, esperamos que possam aproveitar o conteúdo. Até a próxima!

Fontes:


sábado, 6 de maio de 2017

Barroco

Características do Barroco


O estilo barroco revela as incertezas do homem frente ao seu período, causadas pela oposição entre Antropocentrismo (homem no centro) e o Teocentrismo (Deus no centro). Este período foi marcado pela tensão entre a igreja católica e a protestante; conflito entre o corpo e a alma; a efemeridade (o tempo); cultismo e conceptismo.

Essa realidade pode ser vista no filme "Lutero", de 2003. Abaixo deixamos o vídeo do filme completo para quem quiser conferir. 


Conflito entre corpo e alma - Na visão barroca, ou se vive a vida sensualmente, ou se foge dos gozos humanos e se alcança a eternidade. Essa contradição gera angústias e conflitos;

A passagem do tempo - Dúvida constante entre aproveitar os prazeres ou renunciá-los;

Cultismo - caracteriza-se pelo uso de linguagem rebuscada.

Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, 
A quem infiéis despedaçaram
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.  

Gregório de Matos

Conceptismo - caracteriza-se pela utilização da retórica aprimorada, a fim de convencer e ensinar.

"Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister¹ luz, há mister espelho e há mister olhos".                                                                         
                                                           Pe. Antônio Vieira

A reforma protestante

Os motivos que levaram Martinho Lutero a promover a reforma dentro da igreja surgiram porque as regras aplicadas a todos não eram seguidas pelo clero, além disso, outros incoerências foram se apresentando ao longo do tempo como podemos verificar nos tópicos a seguir: 

- Insatisfação com as atitudes da Igreja Católica: 
- Interferência nas decisões políticas; 
- Acúmulo de altas somas em dinheiro e terras;
- Venda de indulgências, ou seja, a Igreja pregava que qualquer cristão poderia comprar o perdão por seus pecados;
- A Igreja condenava abertamente a acumulação de capitais (embora ela mesma o fizesse). 

Contrarreforma

A Contrarreforma foi um movimento de reação da Igreja Católica ao surgimento de novas doutrinas cristãs na Europa, em um processo conhecido como Reforma Protestante. Após perder o poder religioso, econômico e político em muitos países da Europa, a Igreja Católica reagiu, e de forma repressiva. Uma das primeiras medidas foi a criação da Companhia de Jesus – Local em que o Padre António Vieira estudou. Ordem religiosa dos jesuítas, cuja função era a divulgação da doutrina católica.

Ainda na Contrarreforma, o Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, foi reativado para poder perseguir os praticantes das doutrinas cristãs protestantes e o Index Librorum Prohibitorum passou a indicar os livros que eram proibidos aos católicos e, portanto, deveriam ser banidos. 

Autores

Os principais autores da época foram:

Gregório de Matos;
Padre António Vieira;
Bento Teixeira Pinto;
Manoel Botelho de Oliveira;
Frei Manuel de Santa Maria Itaparica.

Boca do Inferno

Gregório de Matos Guerra, o “Boca do Inferno”. Com seu espírito crítico, satirizava políticos, comerciantes, clero, colonizadores e até mesmo o povo. Para isso, usava palavrões e um vocabulário bem baixo em suas obras. Nasce supostamente em 7 de abril de 1633 na Bahia e morre em Recife em 1696. De família rica, educou-se em casa e no colégio jesuíta. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e lá exerceu a profissão sendo, inclusive, juiz de órfãos. Sua poesia pode ser dividida em: Satírica, lírica, religiosa e erótica.

Senhora Dona Bahia

“Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna, 
e é que, quem o dinheiro nos arranca, 
nos arranca as mãos, a língua, os olhos." 
"Esta mãe universal, 
esta célebre Bahia, 
que a seus peitos toma, e cria, 
os que enjeita Portugal“
“Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero das culteranias hoje o hábito enforcar: 
de que serve arrebentar 
por quem de mim não tem mágoa? 
verdades direi como água 
porque todos entendais, 
os ladinos e os boçais, 
a Musa praguejadora.
Entendeis-me agora?” 

Palmas - Projota

A canção acima do Projota aborda muitos dos problemas do Brasil, assim como o poema de Gregório de Matos. Essa é uma característica muito presente no rap e poderia ter seu papel social comparado ao da poesia daquela época. 

Por hoje é só! Esperamos que tenham gostado. 

Fontes


INFOESCOLA. Reforma protestante. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/reforma-protestante/

INFOESCOLA. Gregório de Matos. Disponível em: http://www.infoescola.com/escritores/gregorio-de-matos-guerra/